"Malyebao", "Mallevado" ou "Malvado"


Eis aqui o documentário de curta-metragem que realizamos na Taller Internacional de Jorge Fuentes na Escuela Internacional de Cinema y TV de Cuba, a grande EICTV. O documentário foi realizado por Marlene Guibert (Espanha), Eliecer Jimenez (Cuba), Mario Piche (El Salvador) e eu, Fábio Monteiro, brasileiro nato.

Foram três semanas de trabalho intenso, não tivemos sequer um fim de semana. Primeiro porque, no sorteio, fomos o grupo número 01, isto significa que tivemos que finalizar o roteiro de filmagem no fim de semana para apresentá-lo ao Câmera Raul e ao Sonidista Pardini e, todos juntos colocarmos este roteiro em prática por dois dias a partir das seis horas da manhã de segunda-feira.

Antes disso, vale destacar que foram dois dias de pré-produção procurando uma boa história, uma boa personagem em Baracoa um vilarejo pesqueiro com cerca de cinco mil pessoas onde nenhum de nós nunca estivemos... Sendo assim, nosso primeiro foco seria alguma "pescador furtivo", desses que pescam e vendem seus pescados na rua, e isto implica em uma atividade ilegal em Cuba. Encontramos três pescadores furtivos, entretanto nenhum nos impactou o suficiente pra fecharmos um filme.

Então, voltamos ao José Ramón Herrera, vulgo "Mallevado" (Malvado) - cujo apelido ele escreve como "Malyebao", daí as diferentes versões para o título do filme. Nossa investigação seria abordar este contraste em um homem que é conhecido como Malvado, mas ao mesmo tempo é conhecido e muito querido por todos em Baracoa... Disto adiante, somente vendo o curta.

Para encerrar este artigo - e deixar outras histórias para outros artigos -, vejo que vale a pena dizer que a experiência dos quinze dias intensos com Marlene, Eliecer e Mário foi forte, impactante. Primeiro, pela diversidade de sonoridade e sentidos das línguas espanholas; segundo, porque as visões de mundo sempre eram conflitantes e, portanto, construtivas; terceiro, digo que a presença profissional da equipe da EICTV - Raul, Pardini e da simpatissíssima editora Joanna Montero - nos legou um grande handicap de prática cinematográfica...

Enfim, como diria o Flávio Basso, a EICTV neste junho foi um lugar ducaraleo...

Abraços fortes!
Fábio Monteiro