do festival de cinema de ubatuba

Fui conhecer Puruba nesta virada de ano. A praia faz parte da cidade de Ubatuba, e dista cerca de 35 Km do Centro da Cidade. Foram sete dias impecáveis à beira do mar no Camping da Dona Bahia, onde temos uma boa infra-estrutura e comida de primeira para acampar.

Ao retornar de viagem, o trânsito era incontornável. E foi naquele pouco a pouco ao longo da Orla da Massaguaçu que notei um grande outdoor anunciando um Festival de Cinema. Pois é, incrível!, até Ubatuba agora tem Festival de Cinema!




O Festival é patrocinado via Lei Rouanet pelas Ceras Johnson, ou seja, a fabricante do repelente "OFF!" Muito bem, o importante é que o Festival está no ar. Agora, creio que aqui cabem uma ou duas questões:

01. Ao acessar a página do Festival, vemos que a proposta, por enquanto, se trata, na verdade, de marcar território; afinal, ambas produções exibidas, "Fábio Fabuloso" e "Chega de Saudade" datam de 2004 e 2007, respectivamente, são filmes que tiveram bom alcance de público e boa repercussão de crítica, mas não trazem nenhuma novidade ao público. Isto é, a ideia é definir uma data da cidade de Ubatuba no calendário do audiovisual brasileiro, e somente isto;

02. Além disso, me pergunto se a questão conceitual da diferença entre "festival" e "mostra" pode ser colocada, afinal é sabido que festivais tem, entre outras funções, trzer à tona novas produções e premiá-las;

03. Outra coisa que me chamou a atenção é a página oficial do evento, que traz somente estes dois filmes como produtos tecnicamente audiovisuais. Ademais, o texto de apresentação nos orienta rumo aos marketings em jogo, seja do turismo da cidade, das empresas envolvidadas ou dos patrocinadores.

De qualquer forma, registro aqui que este balanço é um mero balizador de iniciativas. Apesar de ainda ser um grande evento de marketing, a iniciativa da viabilidade do Festival de Cinema de Ubatuba deveria servir de referência para outras cidades do Vale do Paraíba, tão simplesmente porque demonstra que - partidarismos à parte - o Poder Público pode trabalhar consoante com iniciativas privadas que provam ser o Audiovisual uma componente fundamental da Economia.

Fábio Monteiro